terça-feira, 17 de abril de 2012

Internacional...


Argentina retoma o controle do seu petróleo - exemplo para o Brasil
O governo argentino enviou ao Congresso o projeto de reestatização da YPF, a Petrobrás da Argentina, que foi entregue por Carlos Menem, o FHC de lá, à REPSOL, petroleira privada espanhola, de graça e de bandeja, como foi a Vale do Rio Doce, a Usiminas, a Eletrobrás e todas as regionais, as empresas de telefonia, de água e esgoto e tantas outras. Assisti a leitura do projeto, emocionado e com um nó na garganta, orgulhoso de los hermanos.

Os lucros do petróleo estavam sendo exportados para uma Espanha, em franco naufrágio econômico, ocupada com as convulsões sociais provocadas pela tal austeridade imposta pelos agentes financeiros internacionais, com o sacrifícios de aposentadorias, pensões, empregos, serviços públicos em geral. Como sempre, o povo tem que pagar a conta desses demônios. Na Argentina, agora, 51% da petroleira pertence ao governo federal e 49% são divididos entre as províncias, que são como os nossos estados.

Cristina Kirschner, mulher corajosa, duramente perseguida, difamada e atacada pelo sistema Clarín (o sistema Globo da Argentina), colocou freios na mídia privada com a ley de medios, apesar da gritaria dos comentaristas e jornalistas mercenários de lá (como vemos aqui todos os dias. Aliás, a mídia daqui tá descendo o malho na presidente argentina, de todas as formas. Insinuações, comparações maldosas - Hugo Chávez de saias, disse uma voz suína -, a mesma nojeira de sempre.

E ainda tem professores, como o coordenador do curso de jornalismo de São Borja, que me fez ouvir pérolas como "os grandes meios são, sim, o sustentáculo da democracia", numa palestra em que eu denunciava o jornalismo mercenário, desonesto, deformador da realidade que essas empresas praticam, sem o menor pudor, descaradamente. Os gritos, assovios e aplausos, depois da minha resposta, o colocaram pra fora do auditório, furioso. Depois, submeteu o vice dele ao vexame de me esculhambar e à minha palestra pelo tuíter, apesar dele nem ter ido lá, violando princípios jornalísticos. Professores que encorajam seus alunos a ambicionar um lugar nessas empresas mau-caráter. O que vale é a grana, a fama, o "sucesso", não importa o custo moral.

Para esses criminosos morais, a Argentina cometeu pecados imperdoáveis. Estabeleceu o controle legal das empresas de comunicação - coisa que aqui não há, ou não funciona - e reestatizou o que as grandes empresas tinham levado de graça, com pagamento em falácias. Deles não se pode esperar outra coisa que reações raivosas, histéricas, ameaças e previsões catastróficas. Como aqui.

Parabéns aos hermanos argentinos. Que seu exemplo nos sirva.

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