sexta-feira, 18 de março de 2011

bons livros..... (7)


O Evangelho segundo Jesus Cristo.
José Saramago (1991).

É um romance que conta a historia de Jesus Cristo, diferente de outras fontes conta de uma maneira moderna e crítica a religião.
Humanizando a vida de Jesus o transformando em um homem mais "comum" para poder melhor entender a vida dos homens.
O livro levanta a polémica de um eventual envolvimento de Jesus com Maria Madalena, colocando o Messias ainda mais como ser humano.
Ao fugir da representação clássica de Jesus e colocando cada vez mais perto do homem a historia passa a se diferenciar de tudo que já foi escrito sobre o personagem. A critica a religião e latente principalmente sobre a crucificação que no livro aparece como: "Um repulsivo forte, qualquer coisa capaz de chocar as sensibilidades e arrebatar os sentimentos".
Outra questão levantada e quanto podem ser nocivas as religiões para a sociedade humana :"No fundo, o problema não é um Deus que não existe, mas a religião que o proclama. Denuncio as religiões, todas as religiões, por nocivas à Humanidade. São palavras duras, mas há que dizê-las".
Enfim a critica cai em cima do quanto as religiões influenciam no comportamento humano, levado o homem a atitudes que não s espera de um ser civilizado.
A principal acusação feita contra a obra é a da livre interpretação dos textos sagrados, desvirtuando de forma abusiva os Evangelhos canónicos. Porém, tal crítica só faz sentido do ponto de vista do catolicismo, pois, mesmo dentre os cristãos, o protestantismo, por exemplo, tem como um de seus principais princípios a interpretação privada ou juízo privado dos textos bíblicos. E, do ponto de vista dos direitos fundamentais de liberdade religiosa e do de liberdade de expressão.
O livro ganha em colocar Jesus mais próximo do homem, e não como um ser superior a ser louvado. Mas humano com ideias que desagradavam a classe superiora vigente de sua época.

PS: Quando saiu a público, em Novembro de 1991, o Evangelho Segundo Jesus Cristo suscitou reações polémicas de parte dos católicos.
Entre as reações mais radicais, esteve a do arcebispo de Braga, D. Eurico Dias Nogueira, proferida em maio de 1992: Um escritor português, ateu confesso e comunista impenitente, como ele mesmo se apresenta, resolveu elaborar uma delirante vida de Cristo, na perspectiva da sua ideologia político-religiosa e distorcida por aqueles parâmetros. D. Eurico continua: A apregoada beleza literária, a existir nesta obra, longe de atenuante e muito menos dirigente, constitui circunstância agravante da culpabilidade do réu, seu autor.

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